Juventude no período da Pandemia Covid-19

 

Com a recente pandemia de COVID-19, a vida pastoral da Igreja sofreu mudanças, as quais toda a juventude e o Povo de Deus vem se esforçando para se adaptar.

A juventude não fica para trás, com criatividade pastoral, renovando a forma de agir da Igreja em um período em que o contato presencial se faz impossível, mas não a vida de Fé.

Expressando nosso cuidado pastoral, também nós desejamos contribuir com a riqueza de partilhas apresentando nossos sentimentos e nossa razão crítica a serviço da vida. Neste ano, seguimos iluminados por muitos temas importantes, dentre eles o apelo da Campanha da Fraternidade 2020 pela busca da vida: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). Assim, olhamos para a realidade ao nosso redor e nos perguntamos: Como nos afeta o mundo atual ao se ver necessariamente alarmado diante de uma pandemia? Que valores e gestos pastorais, à luz da fé em Jesus, podem nos inspirar na perspectiva do cuidado uns com os outros e com o mundo ao nosso redor?

Os jovens e adultos brasileiros ainda não se sentiram vulneráveis a essa doença, logo sua educação para a cidadania e para a solidariedade social será mais lenta. E ainda, as fantasias e o pensamento mágico podem vir a blindar a compreensão da gravidade e a retardar a mobilização desse grupo e de outras pessoas. Nessas situações, sempre a parte da população mais empobrecida sofre mais e, por isso, merece nossa atenção e amparo social.

A partir da experiência da Igreja e dos jovens católicos de responder a outras situações de emergência e epidemias, sabemos que existem três papéis fundamentais que a Igreja e a juventude pode desempenhar nesses tempos para promover a preparação e a resiliência:

  • Para dar esperança e combater o medo com informações precisas e encorajamento através de nossa fé.
  • Manter a adoração e a comunidade mais ampla conectada, se necessário via mensagens, telefone e online, mesmo em caso de quarentena e interrupção de contato físico.
  • Para expressara compaixão e o cuidado de Deus com os afetados em nossas comunidades, lembrando que os já mais vulneráveis serão os mais afetados.
  • Como Igreja, somos chamadas/os a ser uma voz de calma e tranquilidade, afirmando que Deus está conosco.

O que podemos fazer como igreja jovem:

  • Manter cuidados práticos, por meio de medidas seguras, para os mais vulneráveis, por exemplo, os sem-teto, para quem as refeições podem ser servidas como “pra levar” disponíveis fora da igreja.
  • Lembre-se daqueles que se tornaram mais vulneráveis com a situação, incluindo aqueles que perdem renda e apoio social.
  • Apoiar iniciativas governamentais sobre “quebra de circuitos”, fechando todas ou partes específicas da sociedade para diminuir as novas taxas de infecção.
  • Incentive os trabalhadores de saúde que estão carregando a maior tensão nesta pandemia. Ofereça oração, cuidado pastoral e forte apreciação pública.
  • Construir a preparação e a resiliência da comunidade, identificando as pessoas, habilidades, ativos e recursos em uma comunidade para se preparar para a situação potencialmente se tornando mais grave – e para construir a resiliência da comunidade para uma recuperação rápida e eficaz uma vez que a pandemia tenha passado.

 

Encerramos este artigo com a prece composta por Dom Bruno Forte, Bispo de Chieti-Vasto, Itália, para este tempo de pandemia:

 

Senhor Jesus, Salvador do mundo,

Esperança que não conhece desilusão,

Tem piedade de nós e livra-nos do mal!

A Ti imploramos a vitória sobre o flagelo deste vírus,

Que se difunde rapidamente,

A cura dos doentes, a proteção dos que têm saúde

O auxílio para quem cuida da saúde dos outros.

Mostra-nos o teu rosto misericordioso

E salva-nos com teu grande amor.

Tudo isso Te pedimos pela intercessão de Maria,

Tua e nossa mãe, que fielmente nos acompanha.

Tu que vives e reinas pelos séculos dos séculos.

Amém.

 

Guilherme Monteiro

Assessor da Pastoral da Juventude do Meio Popular (Regional Leste I - Rio de Janeiro)

Assessor do Setor Juventude da Diocese de Nova Iguaçu - RJ

Historiador e Professor de História 

Pós-Graduado em Pastoral Juvenil pela UNISAL (Centro Universitário Salesiano de São Paulo)

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